Historietas


Oi!
Passado Natal, Ano Novo e Carnaval, tudo volta ao normal!
E, a rotina que mais me agrada é velejar nos fins de semana. 
Tisc... isso foi só pra dizer que ontem, fui velejar!
Mesmo sendo rotina, uma velejada nunca é igual a outra. E, a novidade de ontem é que levamos a filhota do namorado da Irene, Giovanna.
Chegamos lá, encontramos apenas Camaradinha terminando de arrumar seu barco e imontando um mastro Lemão novinho em folha. Portanto, éramos quatro pessoas e dois barcos. Hummm... nem precisava ser professora de Matemática... E, como o vento parecia soprar muitas rajadas, pedi ao técnico para que ele levasse a novata em sua proa. 
Assim que saímos, o vento se tornou bem social e, aquela neblina estranha se dissipou e nos mostrou um lindo dia. Mas não ficamos só olhando a paisagem, nem as tripulações masculinas que passavam em outros barcos. Vocês sabem, né? Se o ténico tá na área, nos empenhamos ao máximo e tanto o popa, quanto o contravento fizemos concentradas, mesmo sendo um velejo-passeio. 
Passamos pela ilha Lage e, Camaradinha resolveu dar um bordo para a esquerda saindo da baía pela barra pequena. Um pouco mais à frente, ele encostou seu barco no nosso e ordenou que se trocassem as proeiras dos barcos. Como somos pupilas submissas, acatamos sua ordem. Irene pulou pra lá e Giovanna entrou no Zen Rumo.
Como estava atenta à minha proeira que mede 1,76m e não tinha espaço para colocar as pernas, acabei me afastando do outro barco.
Ops, vamos pra perto... Velejamos um bocado e quando nos aproximamos, a ordem foi: Encosta aqui e vem pro meu barco!
Lá fui eu velejar no barco novo do garoto com minha irmã, que estava maravilhada com o espaço da "BMW".
Só falava isso...
Ah, não...! Mentira! Falamos também da paisagem...  Afinal, não tem como olhar os morros do Rio por aquele ângulo e não comentar a beleza que é! Pão de Açúcar, Corcovado, Dois Irmãos, Pedra da Gávea... A vista é muito linda!!!
Mas o assunto voltava... Irene estava tão encantada com o espaço do barco, que eu fiquei preocupada com a possibilidade de que ela pudesse querer vender o Zen Rumo! 
Abri o jogo...
Peraí... Primeiro, tenho que escrever, pelo menos, mais umas vinte crônicas do barquinho para fazer um livro e vender para os velejadores, depois a gente troca de barco... 
Vc acredita que ela me respondeu que não tinha problema, pois a grana arrecadada com a venda dos livros serviria para interar na compra de outro barco?
Ainda bem que não estávamos no Zen Rumo!!! Mesmo assim, temo que ele tenha ouvido isso... Sei como ele é sensível!!!
Para tirar essa ideia da cabeça da Irene, perguntei ao Camaradinha se o nosso Thor era bom e ele lembrou de como foi quando velejamos perto do Amiguinho...
Acho que ela se convenceu e voltou atrás afirmando que adorava o Zen Rumo!
Começamos um lento retorno com um 
ve nt i n  h o sem muita energia. Então, Camaradinha resolveu virar o barco! Ficamos assistindo a ida dos dois para a bolina e depois só ouvimos o "Ai" - gritinho da Giovanna, quando não conseguiu pular dentro do barco e caiu na água.
Então, Camaradinha insistiu que virássemos. E, é claro, que Irene já tinha uma desculpa pronta. Eu respeitei seu desejo, mas fingi que ia virar o barco. Toda vez que entrava uma rajada, não soltava a escota e ia pra sotavento. O barco velejava no verdugo! Irene entrava em pânico e arrancava a escota da minha mão, furiosa.  Ri muito! 
Depois de seu coração voltar a bater do lado esquerdo do peito, comentamos que, realmente, o garoto é o máximo. Sem que pedíssemos, Camaradinha nos colocou em seu brinquedo novo, insistiu para que virássemos e ainda me deixou chegar na rampa. Será que ele não sabe como sou barbeira?
Total desapego!!! 
Ah.... meus quinze anos!