segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Posicionamento

Traduzido e imagens copiadas do livro "As chaves da tática", de Marc Bouët , o capitulo Posicionamento auxilia muito na compreensão do jogo das regatas.




Posicionamento

Pode ser definido como o conjunto de decisões relacionadas a posição de um barco em regata em relação a:
- a área do percurso (tabuleiro do jogo)
- aos adversários em geral, a flotilha.
- a um adversário em particular, normalmente àquele com quem disputamos posição na classificação geral.
A regata parece mais um jogo de xadrez que um jogo de dados, de azar: a posição de diferentes peças (barcos) sobre o tabuleiro (área do percurso) responde a princípios precisos que todo regateiro deve conhecer e aplicar com sabedoria.

O posicionamento é um elemento maior da estratégia.
Quanto mais estreito for o tabuleiro, mais importância deve ser dada ao posicionamento.:
-se disputo uma regata de 60 minutos, devemos nos preocupar mais com posicionamento do que numa travessia oceânica.
- quanto mais nos aproximamos da marca ou do layline, mais importância se dará ao posicionamento.
Sempre melhorar a obtenção de informações sobre a área da regata. Assim, para bem nos posicionar, precisamos ter informações e analise permanente sobre:
- o deslocamento do barco no percurso
- situar a flotilha em termos de afastamento lateral em relação a nossa posição  em  percentuais
- os ganhos de vantagem e as eventuais perdas.

O lugar do fator posição
Ordenar os diferentes fatores de uma regata numa boa escala de prioridades em função das situações encontradas é uma das condições de sucesso em regatas.
Esses fatores são:
- a velocidade do barco
- o vento
- fatores locais, marés e correntes..
- posicionamento

Porque se dar a prioridade ao posicionamento

Regra: Na total falta de escolha definida em relação a outros fatores deve-se fazer do posicionamento o fator prioritário.
Podemos dizer de outra forma:
-estamos numa situação de forte certeza, fazer a tática adaptada a situação de quase certeza.
- não temos escolha evidente, estamos em duvida, a situação não é clara, vamos procurar reduzir os riscos  e evitar um posicionamento extremo em relação ao percurso e aos adversários.
Nas regatas devemos estar preparados  para as escolhas de posicionamento:
- antes de chegar no layline; focar como ponto de referencia  2/3 do bordo, 100 m abaixo do layline.
- antes de cruzar um grupo de barcos convergindo.
- antes de cruzar um adversário convergindo.

As Seis Regras de ouro do Posicionamento

Regra 1: Fique por dentro, fique no interior.
>Em relação ao percurso
Sair da área  alonga  a rota, o que devemos evitar a todo custo.
Ir direto a um layline deve ser considerado um risco com poucas chances estatísticas  de valer a pena.
Em todos outros casos, devemos preferir ficar no interior do percurso. Assim, reservamos ainda varias rotas possíveis de chegar na boia.
As vantagens dessa estratégia chamada “Princípio da boia fictícia”, são as seguintes:
- podemos descambar se um adversário camba por cima
- ganhamos daquele(s) que for(am) para o layline e o vento nega.
- ganhamos se o vento for muito viciado e torcer. Vamos num bordo direto pra boia enquanto quem foi para o layline sangra.
Regra: Ficar próximo ao centro do percurso em vez de querer descentrar indo para próximo dos laylines.
>Em relação aos adversários
O principio é não marcar uma perda ao cruzar atrás de um adversário ou um grupo. Especialmente por que iria contra nosso posicionamento no percurso.


Regra: Ficar a sotavento e à frente e não atrás no vento torcido.
  
Regra 2: Limitar o afastamento lateral
Se não houver uma opção tática evidente, reduzir o afastamento lateral em relação à flotilha mais numerosa.
Retardamos a escolha ficando pelo centro e então acompanhamos a flotilha mais numerosa.


Regra: Limitar o afastamento lateral com os adversários, e por consequência, o nível de risco de perda ou ganho se a direção do vento mudar, esse é um dos objetivos permanentes do velejador.

Regra 3: Marcar uma vantagem
Assim que assumimos uma vantagem, devemos imperativamente aplicar esta regra e defender a posição.
Isso implica em evoluir nos deslocamentos em relação ao adversário em função do posicionamento no percurso. (marcação)


Regra: Se posicionar entre o adversário e o objetivo, bóia ou chegada.

 Regra 4:  Jogar o adversário para o lado menor
Para manter uma vantagem estando na posição 5, na frente e sobre a linha do layline, tenho 100% de certeza que estaremos na frente, na boia.
Uma vez que estamos deslocados para um lado do percurso, aplicamos o principio, “ ficar entre o adversário e a próxima marca”, como fazer?
- marcação cerrada para o lado longo. No bordo longo em direção a marca, procuramos desventar o maximo o adversário para força-lo a virar.
- marcação folgada para o lado pequeno. No bordo mais curto, nos colocamos de modo não interferir no seu vento, para incentiva-lo a continuar nele.


Regra: Com vantagem adquirida, fechar o jogo direcionando para o lado mais curto.

 Regra 5 : Ficar próximo ao centro do percurso
Uma vez perdida a vantagem, tendo risco de cruzar atrás de um adversário ou de um grupo de barcos, se estamos mais para fora, tentamos nos aproximar do centro do percurso. É o corolário da regra anterior: evitar me colocar no lado mais curto.

Regra:  em situação de inferioridade, tentar ficar centrado, próximo ao eixo do percurso, não cruzar por trás em direção ao bordo curto.

  
Regra 6 : Navegar em primeiro lugar no bordo mais longo
Se for o caso de percurso fora de eixo ( percurso mal montado ou rondada de vento)  ou com uma corrente  atravessando.

Essas duas situações deformam o quadro do jogo, de uma maneira que não é sempre fácil de ver, como o caso de umas correntes transversais, ou de previsivel rondada de vento. Nesses dois casos devemos:
- navegar no bordo mais longo permite ficar centrado
- navegar no bordo mais curto nos afasta e aproxima muito rápido do layline
Regra: Num tabuleiro deformado, salvo razão contrária evidente, navegar primeiro no bordo mais longo.
Antes do inicio de cada bordo devemos analisar a situação para esse bordo. Se o quadro estiver deformado vamos escolher entre permanecer ou virar rapidamente para o bordo longo.

Os erros mais comuns sobre posicionamento:
Podemos sem duvida ganhar bastantes classificações  ao nos aproximar da boia de barlavento, basta evitar erros frequentes devidos a uma má antecipação e/ou a um mau posicionamento.
- Empilhamento no layline à Be; se escolhemos arribar para passar atrás dos barcos com direito, indo para a parte direita do quadro, afastado do layline perde-se bastante tempo.
- Bloqueio do layline à Bb;  do lado esquerdo do plano d’água, devemos evitar, ao retornar em direção a boia, de voltar a cambar à boreste toda vez que cruzamos um barco com prioridade.

Como evitar a situação dos erros acima
Focar numa regra simples, salvo razão contrária importante:
- Se estiver do lado direito,  cambar e ficar a sotavento do barco com preferência mais do que passar por trás.
- Se estiver do lado esquerdo,  preferir passar por trás do barco com preferência mais do que cambar  e ir junto.

Conclusão
Com um mínimo de rigor e antecipação aplicar essas regras não é difícil, especialmente quando:
A área do percurso se aperta
Estamos em posição dominante
A situação é de incertezas

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A Largada - Luis Soubie




Em postagem anterior foi colocado na integra esse artigo do Luis Soubie, da North Sails Argentina. Sem tradução. 
Essa nova postagem será composta de vários capítulos do artigo original, é um esforço de tradução dos integrantes da Flotilha 368, vai ser colocado em ordem, mas só quando vier a contribuição daqueles que dominam o espanhol.

[ ]s

Mario Eugenio

PS1: Lotten começou a entregar sua parte,(objetivos e testar alargada). Obrigado, esperamos que seu gesto sensibilize os demais.
PS2: Axel e Mara entregaram sua parte, revisada e postada abaixo

A LARGADA - Luis Soubie


Introdução

Muitas vezes escutei que a largada é 50% da regata. O 1º conselho que dou a alguem que queira largar bem é: Esqueçam isso!!
Na verdade, pensando pequeno, corresponde a não menos de 70%, e se nos dedicarmos ao trabalho de evoluir nesse quesito, vai mudar o resultado de todas as regatas.
Recordo de muito poucas regatas que venci saindo mal, tão poucas como aquelas em que sai bem e terminei mal.
A largada, uma boa largada, não só nos coloca no inicio um pouco mais a frente que o resto da flotilha, como acrescenta uma quantidade grande de benefícios: permite velejar com vento livre, levar adiante o plano tático, ajustar as “marchas” com mais liberdade, evita também o esforço de ficar preocupado com os adversários.
Acrescente a isso, velejar no pelotão da frente é muito mais fácil que navegar no meio, procurando lugar que sobra livre, dando numerosos bordos para não ficar no vento sujo.
Por isso a largada é tudo. Há muito poucos campeões que largam mal.
Largar bem não é uma arte, é um trabalho, e muito difícil.
Não depende só da gente, todos os outros influenciam, assim é de fundamental importância tratar de prever o que a flotilha vai fazer ou um barco em particular.
Não se pode achar que o melhor lugar vai ficar a sua disposição como se vc estivesse só na linha, por que acabaremos fechados, espremidos na bóia ou na comissão.
Temos de ser inteligentes para avaliar como a largada será depois dela acontecer e porque, assim tomar decisões, definir qual deve ser nossa escolha, que cumpra nossos objetivos com um risco aceitável.

Plano Tático

É tão importante que será objeto do próximo artigo, mas, para o entendimento geral implica em ; depois de avaliar as condições do dia e local, ter uma idéia clara de por onde queremos ir no 1º contravento e de preferência, no 1º popa também. Isso não significa escolher um lado ou outro, já que o dia pode ser oscilante pelo meio, porem quando acreditamos que temos de ir por um lado em particular, influencia muito a largada, daí, temos de fazer o maximo necessário para sermos o 1º a ir para esse lado, as vezes sacrificando um melhor lugar na linha, ou as vezes, assumindo um risco maior.
Quantas vezes na vida você já pensou em um plano que não foi realizado porque alguém largou em um lugar que não te permitiu executa-lo? Na minha, muitos. E nada me dá mais raiva que ver que os primeiros barcos a alcançar a bóia foram exatamente aqueles que fizeram a saída  que eu queria ter feito.
Ninguém tem bola de cristal, mas largar sem tomar a menor decisão prévia deixa muitas decisões para depois, que é quando devemos estar calmos e focados.
Nunca se deve largar ao estilo: "Ver como largamos, e ver o que fazemos..." Devemos largar sempre no modo: “Vou largar assim, porque depois quero ir para lá”.
Um plano medíocre é melhor do que nenhum. O único plano que eu posso pensar ser pior é ir fundo num bordo mesmo vendo que a raia favorece o outro lado. Para todas as outras condições, repito, um plano medíocre ou mesmo ruim é melhor do que nenhum.
 Este plano deve conter também uma decisão sobre o que fazer se você sair mal, se há um vento do outro lado ou ficar a espera de rondada mais persistente. Estaremos fatalmente muito cobertos, então o objetivo passa ser não deixar que os ponteiros escapem  enquanto  a flotilha vai caindo.
Um mau começo é talvez 20m de distância, no máximo, do primeiro. Se mantivermos essa distância, com certeza vamos estar no top 5 na bóia. Sempre que largo mal entro nesse modo.
É mais fácil de recuperar no primeiro contravento do que no resto da regata.
A largada deve ser tal que permita desenvolver o plano tático, portanto, não necessariamente sempre se escolhe o lado mais favorecido da linha para largar.

O Objetivo

O objetivo obvio é largar bem. Não só uma vez, tem que ser todas as vezes. Porque se tiver varias chamadas gerais, temos que continuar largando bem todas as vezes. É comum de acontecer; a única que largamos bem ser cancelada.
Então – o que é largar bem? Tem muitos opiniões diferentes. Alguns acham que largar bem é largar primeiro no lado onde está o vento, a barlavento. Outros a sotavento. Para outros, largar bem é estar na primeira linha sem ninguem na frente. Para mim, largar bem é qualquer largada onde posso velegar os primeiros 2 minutos sem me preocupar dos outros barcos, ou seja, largar como planejado e seguir o “plano tático”. É só o que importa.


Testar a largada

Decidir onde largar é a parte mais difícil de toda a regata. Tem muitos aspectos para considerar, e sempre resta alguma duvida. E se como as vezes acontece, a decisão é clara, todo mundo vai querer ir salir lá. Aí, tudo se complica mais. Nessa hora o importante é prever e ser experto.

A primeira coisa para verificar é se a linha de largada está bem fundeada. Para ver isso colocar o barco na linha do vento, daí ver se a proa esta apontando mais para o barco da comissão ou a bóia. 
Se estiver muito evidente, por exemplo, com a proa apontando para a direita, o mais provável é que a linha esteja torta, e a largada vai dar pela comissão, à barlavento.  
Este método é bastante impreciso, não leva em conta a maré/corrente nem o bordo em que estamos testando a largada, por exemplo, se naquele instante um bordo está positivo 20graus, na realidade pode dar pela boia, ainda que a gente veja o contrario no momento.
Um método um pouco mais científico consiste em tomar a direção real do vento; coloque a proa no vento e leia os graus na bussola. Ao fazer isso 3 ou 4 vezes em 10 minutos dá para tirar uma media e ter menos erros.
Na leitura, tome sempre o maior e o menor valor, não considere a média. Por exemplo, se lermos 100, 120, 120, 130, assumimos que o vento é mais ou menos 115.
Depois, afastando da lancha, apontamos para a boia velejando em cima da linha, sempre mantendo o eixo do barco alinhado com o mastro da CR e a bóia, lemos na bussola, por exemplo 15.
Devemos calcular a diferença entre a direção do vento e este valor, ou seja, 115 menos 15. Se o resultado (nesse caso 100), é maior a 90, significa que o vento esta torcido para a direita, pela CR, e se for menor, pela boia. Lembrar que não levamos em conta a corrente. E cuidado! Se a medição da linha se faz da boia pra lancha, todos os valores viram ao contrario.
Junto com isto tem que se ver a corrente. Se estiver muito perpendicular à linha, não vai ser um fator importante na hora de decidir qual lado mais favorável para sair. Mas se a corrente estiver paralela a linha, significa que um dos extremos estará melhor em relação a corrente; quem escolher o lado errado vai enfrentar corrente contraria.

Ahora, si los dos extremos elegidos por viento y por corriente son el mismo, no hay problema, pero si son distintos es más difícil. Lo que yo hago en estos casos es buscar un amigo y largar juntos, uno de cada lado y ver quien cruza. Diferencias menores a 2 esloras no me interesan, pero a veces con la corriente el efecto se multiplica con poco viento, porque un barco que larga con corriente a favor va más rápido y tiene más aparente pero un poco mas negado que el viento real mientras que un barco al que la corriente le pega por sotavento, también tiene más aparente y es veloz pero más prestado. Es lo mismo que nos pasa cuando el viento muere y hay corriente significativa. Cuando las velas se desinflan, debemos adoptar el borde que más aparente nos genere por corriente, que es en general el que hace que la recibamos por sotavento en el caso de que sea corriente a favor. Si la corriente está en contra, conviene recibirla por barlovento aunque esto no suma aparente pero no de frente que nos resta mucho mas ya que nuestra velocidad relativa al viento será casi nula. Es mas fácil comprobarlo en el agua que explicarlo.
De todos modos, en el rango de entre los 4 y los 7 nudos, los barcos son muy sensibles en cuanto a la presión de viento y un cambio menor hace que orcen mas. Depende mucho del barco, así que hay que probarlo, como dije antes, con alguien saliendo del otro extremo de la línea.
Algunas veces en algunas condiciones hay mucha ola de frente en un borde y no en el otro, haciendo el primer borde mucho más lento, con lo cual puede también ser un factor parecido a la corriente, pero esto pasa muy poco.
Lo último que hacemos, y verificamos después de cada llamada general (porque a veces mueven la boya sin que lo notemos), es tomar una enfilación en tierra. Esto hay que hacerlo siempre. Ya sea desde la lancha o desde la boya. Tenemos que tener una enfilación que represente la línea y otra que sea 2 esloras adentro de la línea, y hay que familiarizarse muy bien con el paisaje que viene después, ya que si estamos a 3 o 4 esloras de la línea haciendo una largada en velocidad, ese paisaje es el que veremos antes de llegar a la enfilación, y si no sabemos cómo es no sabremos cuanto nos falta.
La enfilación la podremos usar en una de cada 5 largadas, pero cuando la usemos será de una utilidad fundamental. Nunca dejen de hacerlo.
Resumamos hasta aquí. Ya probamos la línea para ver qué lado está mejor considerando el viento y verificamos la corriente y tomamos la enfilación. Esto es solo información, y no define de donde vamos a largar. Esta decisión debe tener en cuenta numerosas cosas como por ejemplo el largo de la línea, cuanto sopla, de qué lado queremos correr, cuantos barcos hay, si es la primera regata del campeonato o una de las últimas, si ya hay descarte, si podemos arriesgar o debemos cuidarnos. Pero sobre todas las cosas, la largada nos debe permitir correr la primer ceñida donde queremos correrla.
Como conjugar todas estas cosas? Con experiencia y dedicación. Este tipo de experiencia no la dan solo los anos, sino la práctica, ya que quien no haga todo esto puede navegar 10 años y nunca aprender a largar. La experiencia te la da tomarse el trabajo de hacerlo, usar la cabeza, sopesar opciones y volver al club reevaluando las opciones elegidas y los frutos que dieron. Eso forma la experiencia. No son cosas difíciles de hacer, pero requieren trabajo y son engorrosas y yo siempre veo a la mayoría de las tripulaciones flotando alegremente antes de largar sin hacer nada. Se puede largar bien sin hacer todo esto, pero no sucederá la mayoría de las veces.

Por ejemplo, personalmente me siento más seguro largando con regla del minuto. Tengo mi enfilación y la flota está asustada y sé que el 80% de la flota no tendrá ni idea de donde estará la línea y muy posiblemente yo pueda largar 1 eslora delante de todos y correr tranquilo y por donde quiera, que es mi objetivo.

Variáveis:

Você tem que considerar muitas coisas, vamos avaliar um por um algumas das variáveis​​, de modo que quando a hora chegar voces possam interpretar da maneira que melhor lhes convier. Não existe uma fórmula mágica, o que eu vou fazer é explicar como as variáveis afetam os diversos fatores ​​e como eu trabalho com isso.

Extensão da linha:

i. Se a linha é longa, obviamente, as diferenças são grandes. Neste caso, sempre tentar ir para o lado favorecido ou o mais próximo dele, onde tiver vento livre e menos quantidade de barcos. Se numa linha longa o lado favorecido é a bóia e eu quero ir pela direita, é pouco provável que eu seja o barco mais a direita, a menos que esteja muito seguro de uma rajada positiva na costa, uma divisão visível de corrente ou stream. Pode haver uma diferença de  10 comprimentos de barco entre as extremidades da largada.
ii. Se a linha é media vou dar prioridade para o fato de não ter muitos barcos ao redor, ficando o mais perto possível da extremidade favorecida.
iii. Em linhas muito curtas, com menos de 20 barcos, definitivamente largar a sotavento da flotilha, se ela estiver na CR ou a barlavento se a flotilha estiver na bóia, sem ninguém por perto,  assim vou ter facilmente os meus primeiros dois minutos livres, que é o meu objetivo. Largar com o vento livre é essencial. Com poucos barcos pode-se levar adiante o "plano tático" depois de ter começado na frente é muito fácil, independentemente de onde fizermos a largada.
iv. Veja exceções em "D.4, a area de regata"
O campeonato:
Não é a mesmo coisa largar na primeira e na última regata. Antes de começar o campeonato eu tento ver a previsão dos dias seguintes e me pergunto se vamos ter descartes ou não. Como regra geral, tento fazer largadas “matar ou morrer” até que aconteça uma má colocação, ou um OCS, mas se aparentar não haver descartes tem que ser um pouco mais de cuidados. Prefiro três boas largadas e um OCS do que quatro largadas medíocres, sempre que houver descarte. Se chego no final do campeonato  sem nenhuma péssima colocação, então vou largar tipo “matar ou morrer”, arriscando muito.
Vento:
i. Não é a mesma coisa largar com 20 nós ou com 5nós. Com vento forte ou acima de 15, tem-se vento em qualquer lugar e é fácil de encontrar vento livre. A preferência é  ir para o lado escolhido ao invés de não ter barcos nas proximidades, já que é mais difícil controlar os barcos com vento.
ii. Entre 8 e 15 é mais complicado achar vento livre, mas é possível. Temos de encontrar o equilíbrio. Partir por onde podermos fazer o primeiro contravento que desejamos, tentando ficar livre desde o início, sem se afastar muito do lado mais favorecido.
iii. Com menos de 8 nós é outra história. A massa de ar encontra todas as velas juntas, quase presas, querendo acelerar, e em vez de passar entre elas e impulsiona-las, é desviada e tende a passar por cima de uma parede contínua. Assim 5 navios que navegam juntos vão andar mais devagar do que um que vai sozinho. Portanto dou extrema importância ao fato de estar longe de outros barcos. É uma das condições que justificam o grande risco de partir primeiro junto a bóia. Se você já me viu fazer isso, você vai notar que uma vez que passo a bóia, vou derivar cerca de 10 graus até descer um ou dois comprimentos com relação ao barco de barlavento, que é o primeiro do grupo e que provavelmente pensa "orça como um louco." Separo, me afasto do seu turbilhão e com mais vento, volto a orçar para o curso certo e acelero, fora do ar que passa sobre eles, com mais pressão do que a maioria e vou para frente. Isto me dá cerca de 3 ou 4 comprimentos alguns minutos depois e me garante cruzar na frente, normalmente recupero os comprimentos  da arribada. A pior coisa que você pode fazer aqui é tentar orçar para levar o barco de barlovento, que é o que o instinto sugere para a maioria. Fazer a partida no meio de um pelotão grande, com muito pouco vento pode ser dramático, mesmo bem posicionado no momento do tiro. Nesta condição, a partida com a menor quantidade de barcos ao redor é fundamental.
A área da regata:
Apenas no caso em que um lado seja claramente favorável, apenas neste caso considero a necessidade de partir em uma extremidade, custe ou que custe, na bóia embaixo ou na lancha acima, independentemente de qualquer outra variável. Na verdade, quando vou para a CR a barlavento, estou pensando que vale a pena mesmo partindo na segunda linha, para ir para a direita ou para fazer um bordo curto, se a direita for muito favorável, nunca estou pensando ser o primeiro do lado CR , por que isso depende muito pouco de mim e grande parte dos outros, resultando em uma má avaliação de risco benefício. Há muito pouco controle fazendo a partida do lado da CR, muito menos do que na bóia, e também geralmente há muito mais barcos na CR. Parece incrível, mas quando a largada favorece a CR ou a linha está bem montada, há sempre mais pessoas na CR e a bóia está deserta. Você vai ter muitas pessoas do lado da boia quando ela é favorecida, mas do lado da CR também haverá muitos. Acho que as pessoas se sentem mais em sua zona de conforto fazendo a partida a barlavento dos outros, não sei se eles acham ingenuamente que estão na frente, ou que eles vão cobrir os outros, ou ouvir melhor o tiro, não sei, mas é o que acontece a cada partida de monotipos. No meu caso, se puder evitar a lancha, eu evito. Ao longo de um ano eu acho que somente fiz uma ou duas partidas colado a CR.
Bandeiras:
i. É importante notar qual bandeira é usada na partida. Se for a bandeira “P” é uma coisa, diferente da condição com bandeira “20%” e se for com a regra do minuto pelas extremidades é completamente diferente. No primeiro caso, sabemos que todo mundo vai ser muito agressivo e provavelmente haverá uma chamada geral, de modo que temos que fechar os dentes e jogar duro, mas com inteligência.
ii. Se estiver valendo a regra dos 20%, provavelmente a flotilha vai ter um pouco de medo e aí podemos ter a possibilidade de tomar a frente do resto com o alinhamento do ponto em terra (se não nos assustamos também). Aqui é quando começa a valer o tema do descarte e como estamos no campeonato. Isto é muito útil f ao fazer a partida na bóia para cima ou na lancha para baixo, por que, mais pertos da metade da linha as pessoas perdem pontos de referência e isso é um fator chave que me fez decidir partir por estas bandas. Com uma boa referencia em terra pode ser a partida perfeita.
iii. Se estiver valendo a regra do minuto retornando pelas extremidades, o que é improvável na classe Snipe, tome cuidado para não ficar no meio, por que se for chamado será o  mesmo que abandonar. Tem que se fazer a partida com tranquilidade, ainda agressivo, se não tiver ainda um descarte.
A corrente:
i. Se tiver corrente contra, principalmente se houver pouco vento, é semelhante a partida com bandeira de 20%, pode-se fazer uma boa partida no meio, onde provavelmente não haverá muitos barcos. Lembre-se de estar afastados do resto é primordial com muito pouco vento.
ii. Se a corrente é favorável temos que considerar que a partida da boia vai ser muito perigosa, já que os barcos chegam antes na linha, derivam, navegam em direção à bóia, pode sobrar um espaço de última hora na CR.
iii. Se a corrente vai da esquerda para a direita, esqueça partir perto da CR, ideal é partir embaixo da boia, se a boia fora favorável ou para baixo da CR se for favoravel a barla. Neste caso, é mais provável que seja mais favoravel na bóia, que é a extremidade mais próxima de onde vem a  corrente. Por se ter a corrente contra para alcançar a bóia, pode fazer com que barcos não cheguem na bóia, portanto se esperarmos do lado de fora podemos ganhar a boia com facilidade e pouco risco.
iv. Com a corrente da direita para a esquerda estar na bóia é quase fatal. Será muito difícil manter a posição e o espaço. Muito possivelmente quem mudar de ideia 40 segundos antes da partida e ir até 5 ou 6 comprimentos a barla da bóia vai partir melhor do que todos aqueles que foram para junto na bóia e não puderam largar.
Os suicidas:
Acontece muitas vezes, especialmente nas largadas quando escolho a bóia para largar; aparece um barco que vai para ela de qualquer jeito, sem considerar se vai chegar a tempo, se tem espaço, ou mesmo se vai pegar na bóia. Essas pessoas arruínam a regata deles e de vocês. Eles são agressivos demais e não levam em consideração os prós e contras da sua atitude. Eles não têm nenhum "plano tático" são cegos e vingativos, não cedem. Quando você ganha o sotavento deles, eles não vão considerar que já perderam, que já não há espaço para outra arribada, vão na base do tudo ou nada, e geralmente é nada, mas eles podem arruinar você. E se tiver uma nova largada geral, geralmente vão fazer de novo. Você tem que evitá-los. A coisa boa é que, em geral, são sempre as mesmas pessoas, você tem que identificá-los e tentar não se envolver com eles, porque nada de bom virá dali. Mesma coisa como os paraquedistas que vem da CR ou que deslizam na linha em traves, a 20 segundos para o tiro, esses são mais difíceis de identificar.
A Flotilha:
i. Não olho muito para as pessoas que  por tenho perto, porque geralmente na largada dou mais importância para ter espaço e acho que a minha velocidade vai me manter onde quero, se fizer as coisas direito. De qualquer maneira, temos que considerar algumas coisas. Precisamos tentar evitar partir a barla das pessoas que orçam muito, ou porque são leves e podem orçar mais do que você, ou porque não levam bem o barco e apenas orçam lentos, mas em cima de você. É este vício que falei antes, querer ganhar orçando em vez de ir rápido para frente, absolutamente sem nenhuma necessidade ou benefício para nós. Esse último é o barco ideal para se ter a barla, especialmente com vento fraco, ele se afasta e abre espaço para ter mais vento.
ii. Outro que precisamos evitar é ter a barlavento pessoas muito inexperientes. Estes geralmente vão com pressa, chegam na raia cedo demais, faltando 20 segundos, não sabem desacelerar, tem medo e vai arribar em traves na frente da sua proa para tentar se posicionar em algum lugar. É um ignorante suicida típico, ele não faz por maldade, mas é o que é. O barco ideal para ter a sotavento, em qualquer condição.
iii. Por fim, evitar partir junto qualquer um dos 3 ou 4 mais rápido da flotilha, a barla ou a sota, não é definitivamente a melhor das situações. Geralmente acontece que às vezes eu estou enrolado mas aparece um lugar porque o barco do lado não quer largar junto a mim e vai embora. É bom para mim e para ele. Lembre-se, você tem que avaliar em todos os momentos o que é melhor para o futuro.

A)    Decidiendo:
Bueno, hasta acá di un montón de información y cosas a tener en cuenta, pero como decidimos donde largar?
Lo primero que hago yo es dividir la línea mentalmente en 3 sectores de igual largo, la boya, el medio y la lancha. A partir de ahora cuando me refiera a uno de esos sectores me referiré al mismo como que largue arriba (a barlovento), en el medio o abajo (sotavento) en ese sector. Por ejemplo, en la lancha, arriba, es pegado a la lancha y en la boya abajo es primero de la boya. Difícilmente largare en el sector medio.
Yo le doy prioridad absoluta a largar con viento libre más que a largar en el extremo favorecido de la línea.
Si largo da la lancha, normalmente largo en la zona de la lancha abajo y si quiero largar de la boya lo puedo hacer abajo o arriba y solo muy pocas veces lo hago en la zona media o en la lancha arriba. Dejare que el 60% de la flota se apelotone en la lancha y largare debajo de ellos. En unos pocos minutos solo deberé preocuparme de los 3 o 4 que largaron bien y eso es otra regata. Recuerdo muy pero muy pocas largadas en la lancha arriba, son una trampa mortal y creo que tiene un 30% de probabilidades de éxito por lo cual las evito. Si hay poco viento nunca largo en la lancha. Siempre con la excepción del punto D.4.
Solo largo en la boya arriba, decidiéndolo de antemano, si se da demasiado de la boya y la línea es larga. Obviamente sería ideal largar primero de la boya pero es demasiado tentador y riesgos, seguramente habrá muchos barcos y lio en la boya. Largar en la boya arriba o en la boya en el medio me da la opción de virar en el top (recordar que se da mucho de la boya, asi que si largo bien debería tener cruce), y tener mis 2 minutos y quizás esperar el borneo, ya que si se da tanto de la boya muy probablemente sea porque el viento esta borneado en ese momento. Además, de los 15 barcos de la boya 1 largara excelente, otro muy bien, 3 bien y el resto mal asi que estarán atrás en pocos segundos.
Es difícil hacer un cuadro con un sistema infalible porque como siempre, todo esto depende de lo que hagan los demás. Yo tiendo a huir de la gente y la congestión de barcos. Trato de empezar a correr mi regata 3 minutos antes del top, y no 5 después cuando recién tengo viento libre
Si la línea esta pareja y es una línea corta, busco el lugar con menos barcos sin dudarlo un segundo. Si la línea es un poco más larga, trato de largar en la zona más cercana al lugar por donde he decidido correr la primer ceñida, sin meterme entre demasiados barcos.
Si la línea se da de la boya es un poco más estresante para mi, ya que la largada de la boya la considero una “especialidad de la casa”, me sale bien y la disfruto mucho, me tiento, asi que en eventos poco importantes tiendo a tomar la boya por asalto sin dudarlo, pero si hay mucho para perder o un campeonato importante o tengo un suicida amenazando o ya no tengo descartes, trato de estar cerca pero asegurarme mis 2 minutos de navegada libre. En la zona de la boya arriba o en el medio es un buen lugar. El problema de la boya es que si no sale bien, hay que pasar por atrás de todos o derivar mucho para buscar viento libre.
B)     Buscando el lugar:
Hasta acá todo bien, quizás hayamos logrado decidir que queremos hacer, pero hacerlo es otra historia, mucho más difícil. Buscar un lugar es fácil, y defenderlo difícil. Yo estoy convencido de que si temes tu lugarcito a 1 minuto de la largada, cuando suene el top será de otro y no tuyo. No se puede defender un espacio a sotavento durante 60 segundos. Por eso, como defender es difícil, trato de no hacerme el lugar con demasiado tiempo de anticipación.
Como dije antes, la mitad de las veces, las que elijo la lancha, busco largar debajo de la flota, buscando viento libre y evitando conflicto. O sea, zona lancha abajo o medio. Para esto, me mantengo por la zona media de la línea, mirando cómo se desenvuelve todo en la lancha, cuanto más lio haya mejor, y empiezo a acercarme con malas faltando un minuto y medio más o menos, unas 3 o 4 esloras por debajo de la línea. Mi objetivo es buscar un lugar de 2 o 3 esloras donde pueda virar, presionar para arriba y conservarlo unos 20 o 30 segundos (y arruinárselo al que lo venia conservando hasta ese momento). Si este lugar lo encuentran faltando 30 o 40 segundos, y viran y empiezan a presionar para arriba lentamente desde ahí abajo, esto los ayudara a frenar a algunos de los que vienen bajando buscando lugar. Si la línea es muy corta, busquen el hueco más tarde, sino llegaran con 60 segundos por delante y luego apareceré yo y se los robare a 30 segundos del top. Recuerden, buscar espacio con buenas derivando y con poco tiempo por delante es muy riesgoso, casi todo el mundo empieza a derivar para no dejarte pasar y podes navegar mucho para pasar un solo barco, mientras que si lo buscas con malas, con todo el mundo en buenas, en 30 o 40 segundos cruzamos muchos barcos y hay muchos más espacios para elegir.
Cuanto más a último momento encontremos el espacio, mejor.
Cuanto más cerca estemos de la lancha más difícil va a ser.
En general los barcos se agrupan. Esta el grupo de la lancha bien conglomerado más los paracaidistas que vendrán, quizás un pequeño espacio y otro grupo. Yo trato de largar debajo de este ultimo si se puede, y sino del siguiente para abajo. Igual no hay que perder el factor improvisación. A veces por la corriente o sin razón aparente, se hace un espacio en la lancha al que podemos ir faltando 20 o 30 segundos. Esto lo podremos hacer si estamos a 2 o 3 esloras de la línea pero no sobre ella. A veces los barcos de la lancha por defender la posición a sotavento, derivan unas esloras y hacen un espacio. Si hay mucha corriente a favor, también es posible que se haga un espacio en la lancha, pero como ya repetí varias veces, es una opción de mucho riesgo, la uso solo si veo un espacio seguro y con poco tiempo por delante y si no estoy cómodo donde estoy.
Cuando se da de la boya, en general me perfilo para largar primero de la boya, con la única excepción de cuando la línea esta ridículamente favorecida. Parece que debería ser al revés, pero no. Si se da por la boya demasiado, la boya será un pandemónium  con toda seguridad y solo 2 o 3 saldrán airosos como ya explique antes. Si me siento con confianza extrema o necesito por alguna razón una largada así, la busco, pero consciente del riesgo. Es para hacerlo al final de un campeonato o si estamos a todo o nada.
Con esta excepción, trato de pasar los minutos manteniéndome como ultimo barco a sotavento, esperando a que con 1 minuto y medio se empiece a perfilar el “trencito” que viene buscando la boya. Llegado este punto trato de ir con malas y virar abajo del primero que viene, y me mantengo ahí, evaluando constantemente si me alcanza el tiempo para mantenerme y si podre largar sin tocar la boya, trato de frenar a todos y de evitar los que tratan de pasar por abajo acelerando por su proa y derivando más que ellos. Para esto hace falta espacio. Si veo que estoy muy apretado, o hay algún suicida o si los barcos vienen demasiado rápido derivando, no dudo en trabuchar y en buscar un lugar más arriba y con menos barcos. La mitad de las veces, más o menos pasa una cosa y la otra mitad la otra. Si no estamos seguros, el momento límite para trabuchar es 30 segundos antes de largar. Si lo hacen con 20 o menos, solo un milagro los salvara.
C)    El tripulante
En un barco como el Snipe, todas estas cosas que mencione hasta acá, ocurren en general dentro de la cabeza del timonel únicamente, quien preocupado y estresado por la decisión a tomar, suele procesar esto en silencio.
Mi tripulante ya me conoce y hacemos todo esto metódicamente en cada largada y sabe más o menos que hacer, pero aun así voy relatando lo que voy pensando y al final comunico claramente que es lo que voy a hacer. Esto evita más de una vez una cazada de foque cuando quiero frenar el barco o una mala virada en un lugar critico. Además, me sirve a mi sugestionándome en voz alta y recalcando cual es el plan de largada.
D)    Resumen
En resumen, estos son las cosas que yo tengo en cuenta para largar. Mi objetivo es poder hacer mi regata, llevar adelante mi “máster plan” y estar libre 2 minutos, cerca del lado por donde quiero correr.
Y por ultimo. Largar es como tirarse en paracaídas. Aunque lo hayas hecho 1000 veces no podes pretender que tu corazón lata a 80 por minuto. Yo considero que es imposible largar bien estando demasiado relajado. El que esta relajado es porque le da lo mismo o no le importa. Es porque no está tomando riesgos ni se está exigiendo al máximo, con lo cual largara mal y seguramente tendrá una mala regata. Nadie domina tanto el arte de la largada como para largar bien siempre aun estando relajado. Alguna vez use un medidor de latidos y llegaba fácilmente a 160 o 180 latidos por minuto y lo máximo del resto de la regata eran 120. La adrenalina que esto libera es buena, nos afila, nos da valentía y nos hace pensar mejor, úsenla, busquen stress previo a la largada, midan más veces la línea, varias veces la enfilación y piensen muchas veces si lo que decidieron hacer esta bien o no, la duda les dará stress, el stress adrenalina.  Es un círculo virtuoso. Yo lo veo así. Me encanta el stress de la largada. Y ante la duda siempre pienso que los otros seguramente no se tomaron todo el trabajo que me tome yo, seguramente tienen menos información y que eso me da una ventaja respecto a ellos.
Bueno, esto es todo lo que tengo para decir sobre la largada, seguramente me faltan muchas cosas y otros pensaran distinto. Así me gusta largar a mí. No es palabra de Dios, sino mi humilde opinión. Es el método que encontré a lo largo de los anos para largar bien casi siempre. Tengo también un promedio de OCS alto respecto a los demás. Más o menos 1 de cada 10. Hay gente que corre un año entero y no tiene un solo OCS. Yo no me explico cómo pueden largar bien regata tras regata sin nunca pasarse. Yo no lo sé hacer, ojala lo supiera. Creo que tener un promedio de OCS de 10% es bueno. Una sola vez en mi vida perdí un campeonato por tener dos OCS pero son innumerables las regatas y campeonatos que gane por presionar la largada de esa forma.
Si logre explicar más o menos como encarar una largada, seguramente les va a pasar lo mismo que a mí, y es que cuando largo mal me molesta mucho más que correr mal.
La largado lo es todo. Y el que no lo entienda de este modo, a largo plazo, difícilmente largara bien en la mayoría de las regatas y por ende será poco probable ganar campeonatos.
E)     Siempre y nunca
SIEMPRE                                                           NUNCA
Tener un “master plan”                                        Correr sin tomar decisiones previas
Probar la línea                                                      Probar solo una vez la línea
Mirar la corriente                                                 Dejar de probar con otro barco si hay corriente
Tomar enfilación                                                 Olvidar que necesitamos varias enfilaciones
Decidir en función del “máster plan”                   Olvidar por donde queremos correr
Buscar el lugar con malas                                    Derivar con buenas buscando lugar
Esperar lo más posible para buscar el lugar                     Encontrar lugar más de 1 minuto antes del top

















quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Regulagem do Snipe, versão do Luis Soubie, da NS

Muitas vezes me perguntam qual a regulagem do Snipe, como se houvesse uma formula mágica que independente de todos fatores, fosse uma verdade absoluta. Isso não existe. Tem-se opiniões e modos diversos de navegar, diferentes pesos, velas e condições físicas

O Snipe, mesmo sendo um barco relativamente pesado e com mais de 85 anos de idade, segue sendo um barco muito sensível a pequenos ajustes e por isso, tem que se adaptar permanentemente já que de outro modo, a melhor das regulagens pode resultar mais lenta que outra mais básica. Esta particularidade é o que, para quem corre mais na classe aprecia, porque o barco nos reponde com uma parte técnica muito desenvolvida quanto a regulagem;  é exigente na levada e por ser muito tático gera uma completa e interessante experiência de navegação.

O que mais aprecio no Snipe é que ele permite competir numa ampla faixa de idades e pesos, que podem ser compensadas com as regulagens, o que permite a um novo velejador obter uma velocidade aceitável quase de imediato. Pode-se relativamente rápido chegar a 98% da velocidade máxima, embora naturalmente, os 2% restantes requerem muitas horas de trabalho e dedicação.

Assim, tripulações que pesam entre 115kg e 160kg podem velejar de Snipe, obviamente, como dito antes, adaptando as distintas regulagens.

A primeira coisa, vale a pena esclarecer que o mastro utilizado  por quase todo mundo é o Sidewinder , na maioria na versão Gold. (1) Todas as regulagens e as velas de diferentes velerias estão desenvolvidas com base neste mastro. Quem tem mastros mais velhos, ou seja mais duros como o Cobra II ou moles como os Proctor ou Bruder, encontrarão diferenças  apreciáveis e deverão mudar algumas coisas.

Existem 3 ou 4 regulagens básicas e distintas no mundo, creio que a que uso seja a mais abrangente (all purpose). Os brasileiros usam menos tensão, as velas muito mais cheias  e o barco muito mais duro de levar, não usam mordedores porque é necessário levar as velas na mão, trimando o tempo todo, o que é muito esforço para a maioria. . De qualquer forma, ao velejar na  classe,  deve-se procurar entender que morder escotas  é sinônimo de freiar. Já os japoneses, ao contrário: são muito leves e usam vela muito plana, ficam constantemente pinchando(2).

Meu objetivo ao longo dos anos foi de simplificar as regulagens, e hoje creio que com qualquer regulagem razoável, ao se  velejar seriamente por seis meses a velocidade será ótima, porem sempre que começo uma temporada volto à “base”.

Outra coisa importante é entender que há regulagens que são mais velozes, porem só se tiver muito treinado e velejando muito, já que requer uma timoneada e um ajuste fino e constante do conjunto da tripulação, e que utilizada por alguém sem o devido treino não serão rápidos e sim muito mais lentos. Por exemplo, eu no começo da temporada até entrar no ritmo uso uma regulagem mais relaxada, parecida com a que lhes mostrarei a seguir, um pouco mais tensionada, e ao final da temporada estou em geral mais perto dos extremos; difícil de velejar e com muita tensão. No ano de 2011 corri 122 regatas em 19 campeonatos e terminei usando uma regulagem muito veloz que dependia muito da tocada...Com ela hoje não consigo velejar uma perna!

Então, concretamente, para por o mastro no ponto necessitaremos de uma trena metálica e um tensiômetro (prateado de deformação ou preto de mola). Essa regulagem vai fazer andar muito bem tripulações entre 130 /140 kg. Se a trena tiver estado no sol, esfriem-na porque em 7m pode variar uns 2 cm. O mesmo com os tensiômetros, não devem estar quentes.

O BARCO, O MASTRO, AS VELAS

As medidas que uso, aplico em um barco Persson com mastro Sidewinder, velas North.
Ha vários modelos a que uso é a radial SW3.Há 2 grandes radiais, a PR3 mais plana/chata, para ventos de 0 a 15 nós, e a SW3 mais bolsuda, para mais vento.Como disse uso a SW3 que me parece mais versátil, mais cheia no popa  e não é difícil de armar com pouco vento.A PR3  atinge seu limite aos 15 nós quando não  se trava as cruzetas achata muito a ponto de “quebrar’, fazer uma ruga da ponta da esteira a cruzeta. Também se pode usar a “cross-cut” nova que é muito boa e mais ”all purpose”. Tripulações até 135 kg devem optar por PR3 ou M6X (cross cut), já tripulações mais pesadas e em muito boas condições físicas devem escolher a SW3.
Então, para medir o mastro:

Antes de subir o mastro temos de medir as cruzetas. Uma medida razoável é 42,5cm, medidos da lateral com as cruzetas abertas até os estais.Tripulações mais pesadas devem crescer as cruzetas em 1 ou 2 cm.


·         Medir a abertura das cruzetas. Para isso, com o mastro apoiado, fechamos as cruzetas até topar, daí medimos entre estais. Estar entre 74 e 77cm é uma boa medida, eu uso 78 a 80 porem o barco fica mais duro e difícil de levar. Não usem mais de 78 com a SW3 se são leves ou com mal estado físico porque o barco ficará muito duro.Para podermos fazer essas coisas precisamos ter cruzetas reguláveis, e com parafuso de regulagem.Se não temos, corte e coloque parafuso com porca auto frenante para regular abertura.

·         Colocamos o mastro com estais e o cabo da buja. Os esticadores vão ser colocadas mais a proa de modo  permitir o encaixe no casco. Subimos a cinta métrica com a adriça do grande até a posição de navegação, alinhamos o mastro na popa, prebend, deixando livre de ação do frente e trás na enora, deve estar solto, daí damos tensão e medimos caimento x tensão. Especial atenção para diferenças na amarração da adriça na cinta, considerar as diferenças verificadas.

·         Devemos modificar os pontos dos esticadores até obter-se um caimento entre 6,55 e 6,57m com uma tensão de 27 para o tensiometro prateado, 21 para o negro. Sempre haverá um ponto nos esticadores que permitirá essa caimento com esta tensão. (N.T. : os barcos Lemão tem altura de popa menor, cerca de 3,0 cm, para aumentar, ou seja, entre 6,58 e 6,60m).

·         Colocamos a fita métrica paralelo ao mastro, encostando no garlindéu, e comprovamos que o mastro, na altura das cruzetas  foi para frente uns 3 a 4 cm. Se o mastro estiver muito mais que isso, talvez as cruzetas estejam grandes ou demasiado fechadas e vice versa. Essa é uma medida de controle importante em saber que esta tudo bem, e alem do mais, esta em sintonia com a curva da testa que tem os grandes, em particular as da North.

·         Rever a base do mastro. Com esse ponto e essa tensão devemos verificar quanto a frente foi o mastro a proa na fenda da enora.(N.T.: do ponto zero ao inicio da enora 1494mm). Deverá estar afastado entre 1 a 1,5cm. Se o mastro toca na frente, temos que baixar tudo e mover o pé do mastro para trás até que uma vez instalado não toque e se mantenha afastado entre 1,0 e 1,5cm. Se ficar mais que 1,5cm tem-se que fazer o contrario, movendo o pé para frente. O normal, se for um um Persson velho, é que deve-se mover um ponto à frente e nada mais.  Isso é importante porque permite ter o mastro mais a proa  deixa o recurso de precurvar o mastro com pouco vento. O mastro não deve nunca tocar na frente da enora.

      Com caimento, tensão e mastro na posição correta, vamos fazer duas marcas. A primeira na adriça da buja. Pode ser feita no cabo do rake,  dentro do cockpit colocando uma volta de tape no cabo, ou podem marcar no mastro, na saída da adriça no mastro, indicando a posição do nicopress. Eu uso este ultimo, já que navegando é mais visível e a marca do tape, vc olha para frente ao invés de para dentro e para baixo.
·         A outra marca é no convés. Vamos fazer um risco vertical nos dois lados do mastro e uma marca coincidindo no convés, indicando o o lugar na enora onde se encontra o mastro.

·         Essas são as marcas da posição neutra ou base para fazer tudo que segue. Essa regulagem serve desde calmaria até o momento onde, escorando, somos temos de  folgar o grande para levar o barco direito, uns 10 nos aproximadamente. A única alteração que faço é quando o vento baixa para menos de 5 nós; puxo  mastro a frente induzindo prebend, para achatar o grande e abrir melhor a valuma. O mesmo se obtem com mais tensão, porem fica mais difícil de levar. Caso contrario, a menos que aumente o vento, o mastro vai cravado no neutro.

·         Logo, quando aumenta o vento, simplesmente faço baixar, apertar, meio ponto no stamaster dando tensão sempre na mesma marca da adriça. Funciona bem entre 10 e 15 nós. Com mais vento, quando a grande vai solta maior parte do tempo, fazemos o mesmo, diminuímos meio ponto mais, isso é uma coisa que fica complicada, acima de 20 nós, mais meio ponto. Sempre dando na mesma marca da adriça.O mastro vai se encurvando e a tensão aumentando progressivamente.

Ter em conta que ao fletir o mastro teremos de levar o ponto da buja mais  proa (NT.:cassar o barber, nos barcos Lemão), especialmente com mais vento, já que acima de 16 nós o barco anda melhor com a buja um pouco mais solta e ao fletir o mastro enquanto folga a buja, ela ficara muito chata em baixo e muito aberta em cima, sem potencia. Uma boa relação para acima de 16 nós é que a buja quase toque nos estais e em baixo acaricie levemente o convés sem dobrar. Com mais de 20 nós, levo com a valuma tocando os estais e ainda mais folgado. Recordar que cassar velas sem contrapartida  de escora é o mesmo que freiar, e que ao folgar o grande se espera que se folgue junto a buja, para manter o canal de vento entre as velas.


Depois de baixar dois pontos, só  resta passar os esticadores no ponto mais atrás da ferragem, para proteger o mastro no popa. Ao aumentar o vento  depois de apertar os 2 pontos é hora de utilizar o para trás, mais ou menos 1cm, para que não curve tanto. Neste momento deveremos começar a cassar os cunningham (testa) que deverão estar folgados com algumas rugas na buja e todas possíveis no grande.

Com isto o barco vai andar bem e será maneável. Recordem-se sempre que é um barco duro, prefiram com vento sempre soltar o grande, soltar o excesso de pressão não é ruim, é o padrão. Com calma busquem velocidade e ângulo de orça. Um barco lento não orça NUNCA.


Velejem  se sentindo CONFORTÁVEIS...


Como ultimo comentário, e voltando ao principio da nota, creio que o melhor conselho que posso dar é que naveguem de modo confortável. Muitos copiam as regulagens dos brasileiros e compram suas velas, esquecendo que elas são para pessoas que velejam 100 dias por ano, são profissionais e se tratam como atletas. Usem suas regulagens e terão um barco com potencia incontrolável e difícil de levar, por conseguinte, mais lento.

Esta regulagem é um pouco mais relaxada, o barco será muito maneável e terá o mastro bem a proa, o que é bom no popa. Hoje as regatas se ganham no popa. A diferença entre o mais rápido e o mais lento num contravento, falando em velocidade, pode chegar a 4 comprimentos e num popa a 50 metros.

Esta regulagem lhes dará um ponto de partida que vai permitir ser competitivos em qualquer situação. O barco é manhoso, as vezes tem dias que sinto não ter a velocidade que quero,  a primeira coisa que faço é voltar ao ponto zero, o básico que tenho sempre marcado ainda que em geral ande um pouco mais no limite. Se estou  cansado ao final do dia e sinto que não estou levando bem o barco, com pouca sintonia com a tripulação ou com qualquer coisa que me faça sentir incomodado, volto a esta regulagem de barco fácil, que me dará uma velocidade media muito boa.

Espero que sirva de ajuda para serem mais velozes. Para qualquer duvida podem me consultar diretamente em luis.soubie@northsails.com



Bons ventos e até breve!

Luis Soubie

(1) A ultima serie de mastro Lemão esta sendo considerada, pela maioria dos velejadores de expressão na classe no Brasil, como superior aos SWs.

(2) Pinchar - ato de tocar o barco forçando a orça, arribando para pegar velocidade e jogar na orça o que der ate perder velo, dai, retomar seguidamente.